terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Óculos Sujos

Certa manhã, levantei-me tarde e fui para a aula sem fazer a toalete tão esmeradamente quanto deveria. E, enquanto caminhava para a escola, olhando ao redor, parecia- me tudo esfumaçado. O azul do céu e o verde das árvores pareciam estar cobertos por um véu de cinza.O rosto do professor e dos alunos tinham ar sombrio.
Indaguei: “O que o mundo tem hoje que se apresenta assim diferente?”
Não pude descobrir o porquê até a hora do culto, quando me assentei, peguei o hinário e comecei a folheá-lo. Porém, as letras embaralharam-se. Mais por hábito do que conscientemente, limpei os óculos. Quando os coloquei, vi que o mundo estava dentro do eixos; eu é que estava fora dos meus! Então, minha mente sugeriu-me coisas que eu deveria conservar sempre. Quantas coisas que você reputa serem obras do mundo são suas próprias criações?
Quantos defeitos que você vê nos outros são seus próprios defeitos?
Quantas coisas esquisitas aqui e acolá não são sua própria invenção?
Precisamos limpar os óculos da consciência, tirar a sujeira das lentes da visão espiritual e somente então  avaliar as coisas.Assim verdadeiramente veremos, julgaremos e valorizaremos o caráter, os atos e os empreendimentos dos outros. E, meditando em silêncio, prometi ser mais sábio.
Resolvi praticar a orientação do meu Mestre, remédio para aqueles que pensam que são  bons demais e consideram os outros cheio de defeitos: “ Hipócritas, tira primeiro a trava do teu olho e então cuidarás em tirar o argueiro do olho  do teu irmão” (Mt 7.5).

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